Resenha: “O PRINCIPE DOS CANALHAS”

RESENHA DO LIVRO “O PRINCIPE DOS CANALHAS” LORETTA CHASE

    

ISBN: 9788580413991
Tradução: Ivar Panazzolo Junior
Ano de Lançamento: 2015
Número de Páginas: 288
Editora: Arqueiro
Classificação: ♥♥♥♥♥ Amei!!!!

SINOPSE:

Sebastian Ballister é o grande e perigoso marquês de Dain, conhecido como lorde Belzebu: um homem com quem nenhuma dama respeitável deseja qualquer tipo de compromisso. Rejeitado pelo pai e humilhado pelos colegas de escola, ele nunca fez sucesso com as mulheres. E, a bem da verdade, está determinado a continuar desfrutando de sua vida depravada e pecadora, livre dos olhares traiçoeiros da conservadora sociedade parisiense. Até que um dia ele conhece Jessica Trent...

Acostumado à repulsa das pessoas, Dain fica confuso ao deparar com aquela mulher tão independente e segura de si. Recém-chegada a Paris, sua única intenção é resgatar o irmão Bertie da má influência do arrogante lorde Belzebu.

Liberal para sua época, Jessica não se deixa abater por escândalos e pelos tabus impostos pela sociedade muito menos pela ameaça do diabo em pessoa. O que nenhum dos dois poderia imaginar é que esse encontro seria capaz de despertar em Dain sentimentos há muito esquecidos. Tampouco que a inteligência e a virilidade dele pudessem desviar Jessica de seu caminho.

Agora, com ambas as reputações na boca dos fofoqueiros e nas mãos dos apostadores, os dois começam um jogo de gato e rato recheado de intrigas, equívocos, armadilhas, paixões e desejos ardentes.

“O príncipe dos canalhas” é de autoria de Loretta Chase e faz parte da série Canalhas (Scoundrels). É o terceiro livro da série e foi publicado no Brasil pela editora Arqueiro. Narra a história de Sebastian Ballister, mais conhecido como Lorde Dain ou Belzebu e nossa heroína Jessica Trent.

Logo no prólogo sabemos como foi a concepção, infância e adolescência de Sebastian e como e porquê ele se tornou o tão temido Lorde Belzebu. O homem frio, calculista, cruel e sem demonstração de qualquer sentimento ou compaixão às pessoas ao seu redor. As mulheres gritam ou desmaiam em sua presença, os homens se tornam menininhos a qualquer olhar ou um comando mais forte de sua voz. Ele foi alvo de rejeição e chacota de todos apenas por que sua aparência não condizia com os padrões que a sociedade daquela época exigia. Apenas porque tinha as feições fortes, o nariz bicudo que em conjunto aos olhos extremamente negros o deixavam com a feição do Diabo, o próprio Belzebu. E agora adulto ele condiz com a fama.

No outro lado do tatame, temos a bela Jessica Trent. Mais astuta, inteligente, talentosa, destemida, forte e corajosa que qualquer homem de sua época poderia ser. Conseguiria reduzir a nada o homem mais forte com apenas alguns argumentos. E o que eles têm em comum? O irmão de Jessica, que se mudou para Paris e está a procura de uma relação de amizade com o Lorde Dain, por causa de seu poder e influência. O problema para Jessica é que o Lorde é um frequentador do submundo de Paris, adepto a bebedeiras e ao uso de prostitutas, o que está levando seu irmão a um mar de dividas e a quase falência. Por isso ela parte para Paris para tirar o irmão das garras do Diabo. Ela já conhecia sua fama, mas ele não conhecia a dela.

“Era impensável que aquela desprezível réplica feminina o tivesse afetado. Não havia a menor possibilidade de ele se sentir desconcertado por essa mulher de língua afiada ...”

“... Ela sabia perfeitamente que tipo de relógio era aquela coisa amaldiçoada. A pergunta era: que tipo de coisa amaldiçoada era aquela mulher? A garota olhou diretamente no seu rosto de canalha e nem pestanejou.”

É ai que o negócio esquenta, por que apesar da luta de gladiadores que eles vão ter ao longo do livro, é nítida a atração forte que eles sentiram um pelo outro logo que se conheceram. Jessica não ver o que as outras pessoas vêem nele, ela ve um homem bonito em suas singuralidade e de uma presença forte e magnética, capaz de abalar suas estruturas. Mas, Belzebu não quer ver isso, ele não esta acostumado a ser objeto de afeição de alguém.

“... E ela não se soltou do seu pescoço. Não afastou sua boca da de Dain... Ele se sentiu derreter sob aquele ardor virginal, como se ela fosse a chuva e ele um pilar de sal... Em todos esses anos, desde que chegara a Eton, nenhuma mulher fizera algo para ou por ele até Dain começar a lhes pagar.”

Em uma briga de gigantes para ver quem é o melhor em difamar suas reputações. Eles acabam disputando algo que nem percebiam: o coração um do outro.

“Sognavo di te.

Sonhei com você.

Ti desideravo nelle mia braccia dal primo momento che ti visto.

Desejei-a em meus braços desde o primeiro momento que a vi...

Ho bisogno di te.

Preciso de você.”

Sabe aquele momento que você encara sua estante e parece que tem um livro te chamando pra ser lido? “O príncipe dos canalhas” foi assim comigo. E a curiosidade pela história só aumentou quando li um trecho onde diziam que ele era uma recontagem do conto “A Bela e a Fera”. Iniciei a leitura e em poucas páginas ele já tinha me fisgado.

Eu já tinha uma idéia de que Jessica não fosse nenhuma donzela em perigo, mas não esperava a Girl Power que ela é. Ela consegue calar o Lorde em poucos minutos e ao longo do livro e no final, você percebe que quase tudo correu conforme ela queria. Ficava na espera do próximo round e radiante quando ela ganhava.

“...Um momento doce e angustiado... quando ela beijou seu nariz grande e asqueroso... e partiu seu coração e o remendou, fazendo-o acreditar que não era um monstro. Ela fizera crer que era bonito.”

É de praxe vemos em romances de época, a costumeira sociedade preconceituosa que vive de aparências. Geralmente citando a pobreza dos personagens ou até a má ou recém perdida reputação da mocinha. No caso de “O príncipe dos canalhas”, vemos algo diferente, a aparência do mocinho. Para mim e para Jessica ele era lindo, mas para a sociedade da época ele era feio de dar medo. Porém é impossível não se apaixonar por ele ao longo da leitura e desejar um exemplar narigudo e de olhos da cor do pecado em casa.   

Um livro envolvente, dinâmico e apaixonante que nos deixa a lição de que não devemos nos limitar ao exterior e sim a beleza interior da pessoa amada.

 Essa leitura entrou para meu top favorito e vou sair indicando para quem eu puder.