terça-feira, 26 de abril de 2016

Entrevista com nosso parceiros Flávia e Carlos autores do livro "Planos e Fugas"


CONHEÇA UM POUCO DOS AUTORES DO LIVRO

"Alice Black"

Princesinha do inferno


1- Me fale um pouco sobre vocês: Me conta um pouco do dia-a-dia, vocês tem horários para suas ‘’tarefas’’?
R:Somos casados, graduados em Música, pós-graduados em Artes Visuais e professores de Arte. Eu, Carlos, também sou designer, artista plástico e músico. E eu, Flávia, sou flautista desde o início da adolescência. Quanto ao nosso dia-a-dia, procuramos fazer de tudo para manter uma rotina. Determinamos bem um tempo para trabalhar com cada coisa. A escrita, propriamente, encontra espaço entre os horários de aula, no final do dia e finais de semana.




2- Como foi o seu início na literatura? Quais as dificuldades e apoios que vocês obtiveram para que sua primeira obra viesse a ser publicada oficialmente?
R: Flávia: Foi na escola. Cresci ouvindo meus pais dizendo que estudar era tudo na vida de uma menina pobre. E eu segui ao pé da letra os conselhos deles. Foi na escola que entrei para o mundo da literatura. Devorava o máximo de livros que podia da biblioteca da escola e da biblioteca municipal. Minha mente era povoada por tantas histórias diferentes que logo senti a necessidade de colocar no papel o mundo que havia criado através delas.

R: Carlos:
Sou filho e sobrinho de professoras. Então, estive cercado por livros desde que me lembro. Porém, a vontade de escrever veio depois que assisti ao filme " A História sem Fim". Devia ter uns oito anos. Fiquei fascinado com a forma como o protagonista do filme era capaz de alterar os rumos da história que estava lendo em seu livro mágico. Os personagens falavam com ele e pediam sua ajuda, e eu só pensava "eu quero um livro desses para mim!" Como não havia nada parecido nos livros que eu já tinha, arrumei um caderno e comecei a escrever meu próprio "A História sem Fim". Vi esse caderno pela última vez há mais de quinze anos. Claro que era uma maluquice sem tamanho, mas, na época em que escrevi, me pareceu sensacional e tenho lembranças de me divertir muito com aquilo (risos). Mais tarde, tive contato com as aventuras-solo de RPG - os livrinhos da série Aventuras Fantásticas, de Ian Livingstone e Steve Jackson - uma experiência de leitura interativa que lembrava aquela mostrada no filme. Daí, elaborar aventuras e mestrar para os amigos tornou-se um grande laboratório, de onde saíam histórias sem parar. Nessa altura, a escrita já era uma necessidade para mim, e nunca mais deixou de ser...

Nossa jornada até a publicação não foi tão complicada, em relação a muitos escritores. Assim que terminamos Alice Black, entramos em contato com algumas editoras, cujos perfis julgamos ter a ver com o tema da nossa obra. Ao longo de um ano, recebemos algumas propostas. Estudamos todas com muito cuidado, mas a que mais nos interessou foi a da Editora Autografia, com a qual assinamos contrato!



3- Me fale um pouco desse sentimento que é ter um livro publicado:
R: Às vezes, quando estávamos trabalhando no livro, parávamos para conversar e imaginávamos a reação das pessoas a uma ou outra parte já pronta. Ter gente, além de nós dois, lendo e comentando a história parecia algo tão distante... Após o lançamento, na Bienal do ano passado, olhamos para trás e percebemos o quanto aprendemos com todo o processo, desde os contatos iniciais com a editora. Agora, depois de tudo, cada leitor que nos conta o quanto gostou do livro só faz aumentar a vontade de produzir cada vez mais.


4-Como surgiu a ideia inicial para a criação do seu livro?

R: Voltávamos de uma visita a uma livraria local e conversávamos sobre a profusão de histórias baseadas em contos de fadas nas prateleiras. Eram sagas inteiras de amores impossíveis, histórias de vampiros, lobisomens, dragões, anjos, fadas, princesinhas... princesinhas das águas, disso, daquilo, do inferno... Epa, do inferno não tinha! Quando percebemos, havíamos encontrado a nossa história! Sim, iríamos escrever um romance de fantasia com o subtítulo PRINCESINHA DO INFERNO! Por que ainda não tínhamos pensado nisso? Era a pergunta que fazíamos a nós mesmos, pois a ideia que veio logo a seguir tinha tudo a ver com a gente: fantasiar um submundo totalmente rock and roll!


5- Além do livro que vocês já tem publicado, quais os seus novos projetos? O que podemos esperar em 2016?

R: Nossa intenção é continuar escrevendo em parceria. Mantemos um “banco de ideias”, que é alimentado constantemente com personagens e premissas para contos e livros... Jamais vamos zerar essa fila, por mais que tentemos! Temos todo um mundo de fantasia que já estamos criando faz um tempo. Dentro desse mundo, existem vários caminhos, muitos projetos somente rascunhados e outros já bem adiantados. Tem um romance, que sairá ano que vem. É uma história que se passa no mesmo universo de Alice Black, mas a abordagem que adotamos é bem diferente... Ainda não temos nome definitivo para essa história, mas podemos afirmar que irá agradar em cheio os fãs de Literatura Fantástica. Para esse ano, estão previstas participações em antologias e uma série de contos que estará disponível no Wattpad. Ainda tem a tradicional participação no NaNoWrimo e, quem sabe, alguma surpresa na Bienal de São Paulo...

6- Qual a sensação, ao entrar numa livraria, e ver seu livro à venda?

R: Além da imensa alegria, a sensação é a de termos rompido uma barreira, vencido os primeiros desafios. Alice Black já nasceu especial, porque foi a primeira ideia que desenvolvemos juntos. Hoje, não conseguimos mais diferenciar o que um ou outro fez... É o nosso primeiro filho e estamos muito orgulhosos dele! Ele significa a comunhão, a união de muitas ideias de duas pessoas afins, que se amam e que tem o mesmo objetivo de vida, o mesmo sonho.

7-Quando lêem outros autores pensam que, se quiserem, podem escrever de outra forma a mesma estória?
R: Não só pensamos, como, às vezes, fazemos isso como forma de exercício. É ótimo pegar uma premissa e adaptá-la à perspectiva de outro personagem, ou ainda, alterar o tom geral da história, transformando um drama em uma comédia, por exemplo. É claro que nada disso serve para ser publicado (risos), mas é uma das várias maneiras com as quais podemos aprender e nos divertir com a literatura.

8-Quando iniciam um texto, sabem antecipadamente seu conteúdo?
R: Geralmente, sim. Como já escrevíamos separadamente há um bom tempo, tivemos que descobrir aos poucos o que funcionava para nós. Não sabemos se podemos chamar de método, mas é assim que fazemos: Primeiro, elegemos uma ideia para desenvolver. Fazemos vários brainstorms, até chegarmos a uma premissa satisfatória para os dois. Então, pensamos em cenas e aprofundamos a premissa, incluindo personagens e tramas secundárias, detalhes do ambiente em que se passa a história. Nessa etapa, fazemos muita pesquisa de referência, armazenando tudo o que poderá ser útil na hora de escrever. Ainda em conjunto, descrevemos cada cena resumidamente. As cenas vão para um quadro na parede de nosso escritório e decidimos quem escreverá uma ou outra. Só então, já conhecendo o destino de nossos personagens, começamos a escrever propriamente.

9- Generalizando, existe, mesmo vocação?
R: Poderíamos substituir a palavra "vocação" por vontade, perseverança e paixão incondicional pelas palavras. Acreditamos, mesmo, que qualquer um pode aprender a fazer qualquer coisa, desde que haja empenho e interesse o suficiente. Como professores de artes e música, já vimos vários alunos sem aquela facilidade nata realizando produções incríveis, simplesmente por que queriam muito chegar lá.

10- A parte da emoção é maior na sua obra ou em sua vida?
R:São emoções diferentes, que dependem entre si. Escrevendo, vamos a lugares impossíveis de alcançar fora da ficção. Podemos explorar as emoções em níveis intensos, sem preocupação com consequências reais. Agora, acharíamos difícil gerar uma história rica em emoções, se nossa realidade fosse vazia delas.

11- Seu principal critério para a escolha de uma leitura é o título, o autor ou o assunto?
R: Com certeza, é o assunto. É mais enriquecedor assim. Embora sejamos apaixonados por capas e artes visuais, o tema é sempre o fator determinante para a escolha da próxima leitura. Claro que temos nossos autores preferidos, mas sabemos bem o quanto o mercado literário é vasto e diverso em ideias.


12- Qual dica ou conselho vocês deixam para quem deseja iniciar uma carreira como escritor?
R: Bem, alcançar o sonho de ser escritor profissional não é impossível, de maneira alguma. Se uma pessoa está disposta a manter uma rotina séria de trabalho e estudar muito para desenvolver suas técnicas, cedo ou tarde, conseguirá produzir seu livro, conto, roteiro, ou o que quer que deseje. Inspiração é parte essencial do processo, mas um artista profissional não pode ser tão dependente dela para produzir. Ou seja, um escritor que quer ser profissional deve procurar agir como um. Cedo ou tarde, encontrará seu lugar no mercado literário. Mas isso é apenas o começo. Depois de publicado, o autor ainda precisa de disposição e habilidade para lidar com os leitores, colegas, editores, divulgadores... Não é uma vida fácil, em nenhum aspecto! Uma última coisa: escritor, escreva porque você tem necessidade disso, porque realmente tem algo a dizer, e não porque quer ficar famoso ou ganhar dinheiro... Mas é claro que se isso vier, como consequência de seu trabalho, ótimo! (risos)


Jogo rápido


Flávia
· Livro favorito:
Um Lugar Chamado Liberdade, de Ken Follet
· Autor favorito: Robin Cook
· Hobbie: tocar flauta, caminhar ouvindo música, assistir séries, ler...
· Uma música, frase favorita: a música é "The Human Stain", da banda Kamelot. A frase é dessa mesma música: " Tic-toc, o badalar na lágrima partida, a batida de um coração de pedra, a perda da sua prosperidade divina."
· Uma palavra que lhe define: sonhos
· Um artista: Geddy Lee, da banda Rush
· Melhor lugar: meu lar
· Um filme: O Fantasma da Ópera



Carlos
· Livro favorito:
A Revolta de Atlas, de Ayn Rand
· Autor favorito: Milan Kundera
· Hobbie: ler, pintar, tocar instrumentos, compor músicas, jogar video game...
· Uma música, frase favorita: Ah, varia de tempos em tempos. Hoje, a música é "Empire of the Clouds", do Iron Maiden. A frase é dessa mesma música: "Os sonhadores podem morrer, mas os sonhos continuam vivos..."
· Uma palavra que lhe define: razão
· Um artista: Bruce Dickinson
· Melhor lugar: minha casa
· Um filme: Blade Runner

Deixe uma mensagem para as pessoas que ainda não conhecem seu trabalho!!!
Antes de tudo, agradecemos muito pela oportunidade! Foi um prazer responder as perguntas! Gostaríamos de agradecer por todo o feedback positivo que temos recebido. Vocês, que já se dizem fãs de Alice Black, não fazem ideia do que isso significa para nós. Aos novos leitores, sejam muito bem-vindos! Esperamos, sinceramente, que gostem do mundo que criamos! E fiquem todos à vontade para entrar em contato conosco! Abraços!







5 comentários:

  1. Que casal lindo, já quero mais entrevistas por aqui. É bom demais conhecer autores. 👏

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  2. Não conhecia o livro mas adorei saber dos autores. Eles terem percebido que podiam fazer uma historia que não estava presente nas prateleiras foi bem bacana. Achei muito bacana tambem quando falaram de "vocação", pois serve de inspiração para muitos outros. Adorei a entrevista. Sucesso aos dois!!

    ourbravenewblog.weebly.com

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  3. Oi, One!

    Apesar de ouvir muito sobre o livro Alice Black, ainda não tive a oportunidade de lê-lo, espero fazê-lo num futuro próximo. Ainda não conhecia os autores, e fiquei muito feliz por poder conhecer um pouco mais. Parabéns pela entrevista!

    Beijos,
    entreoculoselivros.blogspot.com.br

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  4. Que casal mais lindo. Ainda não conheço o livro, me parece ser muito bom. Conhecendo os autores e vendo o quanto são legais, eu fiquei bem animado para conhecer melhor o livro.

    Beijos <3

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  5. Genteeee hahaha! Casal mais fofo. Artistas completos. Muito bom conhecê-los. Adorei a entrevista. Beijoss!

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